sábado, 27 de setembro de 2008

Bolsa: Notícias

Alguns links que explicam bem o atual momento que a economia brasileira está passando. Através deles podemos entender o reflexo da alta de juros no mercado financeiro, a queda vertiginosa da Bovespa e quais as estratégias para curto e longo prazo.

InfomoneyEntenda por que a alta dos juros afeta negativamente as bolsas - Lição básica de economia em um texto bem didático

Alta da Selic dificulta, mas não tira toda a atratividade da bolsa - Novos recordes da bolsa no curto prazo não são impossíveis.

Queda de commodities não parece ter fim e papéis de siderúrgicas sentem o peso - A depêndencia do Brasil aos preços internacionais das commodities.

Lucro certo? Ao contrário do que muitos pensam, renda fixa não está isenta de riscos - A importância de saber escolher o tipo certo de renda fixa antes de aplicar seu investimento.

Diante do risco de inflação e do desaquecimento internacional os analistas apostam que, até o fim do ano, o COPOM terá elevado a taxa de juros ao patamar de 15%. Também aposto. Vou sossegar na renda fixa até dezembro e torcer para o Obama ganhar as eleições nos EUA.

Fonte Infomoney

Wall Street Got Drunk

"There is no question about it. Wall Street got drunk... that's one reason I asked you to turn off TV cameras... he's got drunk, and now it's got a hangover..."

"Não há duvida sobre isto. Wall Street ficou bêbado... esta é uma das razões pelas quais pedi que desligassem suas câmeras... ele ficou bêbado e agora está de ressaca."

A frase foi dita pelo presidente dos EUA, George W. Bush, em um evento reservado em Houston, na última sexta feira. Ele pediu que desligassem as câmeras de TV, mas não a dos celulares. Um repórter que estava lá não teve dúvida: filmou com o celular e divulgou no You Tube nesta terça feira.

Mas uma bobagem que vai para a Coleção Pérolas Presidenciáveis

Como disse um dos comentaristas do You Tube: "Esta foi uma metáfora muito boa". A analogia foi péssima, mas a metáfora excelente. Outro vai além: "O povo americano estava bêbado em votar neste palhaço, não uma, mas duas vezes. Nós merecemos os altos preços nas bombas de combustível."

É lamentável que o presidente de um país, protagonista de uma série crise, sugira que a razão para tal seja fruto de uma irresponsabilidade deliberada. As causas são muito mais complexas e com certeza fogem ao seu discernimento, este sim, comprometido. Fico no aguardo das charges que deverão aparecer sobre o assunto.

Já o Lula não teria sido tão espirituoso. Aliás, imagino o alvoroço que causaria na opinião pública brasileira se ele falasse algo parecido sobre a Bovespa. Mas isso já seria esperar demais.

Fonte Estadão


Update 25/09/08: Como pode o presidente falar uma asneira dessas e dois meses depois passar 15 minutos na TV suplicando para que o Congresso autorize o pacote de 700 bilhões de dólares? Queria ver se o Brasil resolvesse lançar um PROER de 700 bilhões como fizeram na época do Bamerindus, Nacional e outros. Depois dessa se o McCain ganhar, o declínio econômico do norte-americanos passa a ser uma questão de tempo. Quero ver candidato a presidente dar crédito fácil para ganhar eleição.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Bolsa de Valores - Índices

BOV:IBOVAos poucos vou incrementando o blog com as informações que uso para acompanhar o mercado. O ideal seria concentrar todas as informações em um só lugar, mas isso é impossível. Existem muitos fatores que influenciam o preço de uma ação. No caso dos gráficos, infelizmente os sites os apresentam em páginas separadas. Ficar abrindo e fechando páginas consome tempo e memória da máquina e não posso me dar ao luxo de ver o pc travar por conta de excessos do Internet Explorer (ou Firefox) no meio do pregão. Em tempos de volatilidade, timing é a regra. Por isso, quanto menos páginas abertas, melhor. No caso do Live Spaces encontrei um lugar onde posso unir o útil ao agradável. Publico minhas considerações acerca de tudo e aproveito para transformar o blog em um espaço informativo.

Além dos gráficos, acompanho os fóruns de dois bancos e de duas salas de discussão. Também consulto três sites de notícias (Infomoney, ADVFN e Exame) e o streaming da Bloomberg Brasil pelo Windows Media Player. Sem contar obviamente o Home Broker (em java = mais memória) e o fórum da minha corretora. Por aí dá para entender minha alegria em agrupar pelo menos os gráficos e o noticiário da Bloomberg em uma só página.

Reuni oito informações em uma só página. Dow Jones, DJ Stoxx 50 e Nikkei 225 na borda superior e Ibovespa, NYSE:PRB, NYSE:PRB.A e Crude Oil na borda lateral do blog. Logo abaixo fica o WMP com a transmissão do noticiário da Bloomberg Brazil. Para as ações que opero atualmente esses gráficos são suficientes. Todos eles possuem um delay de 20 minutos, suficientes para acompanhar o andamento dos negócios sem sair da página. Quando quero comprar, vender ou fazer day-trades opero pelo Home Broke (HB), claro.

NYSE:PRBCom a crise atual nos EUA, acabou a folga para quem estava acostumado à relativa estabilidade do mercado. Na verdade, agora em agosto a crise do subprime completa um ano. Desde então, o mar está agitado e esses gráficos são importantes pois relevam como o mundo está respondendo às pressões internacionais.

Por exemplo, o Dow Jones (Dow Jones Industrial Average, NYSE:DJIA) é simplesmente a bolsa mais importante dos EUA, que por sua vez é o maior consumidor de produtos do planeta. Logo, se a sua economia vai mal, o resto do mundo vai mal. O Dow Jones é o índice que mede o desempenho das ações de 30 empresas norte-americanas. O DJ Stoxx 50 (Dow Jones EURO STOXX 50) cobre 50 ações de 12 países da zona do Euro (Áustria, Bélgica, Finlândia, frança, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Espanha) e que, além de possuir um sistema financeiro gigantesco, tem boa parte de suas economias aplicadas em fundos americanos, logo sentem na hora as repercussões da economia de lá. Já o Nikkei 225 é o principal índice asiático (enquanto a China não o ultrapassar) e mede o desempenho das ações de 225 empresas japonesas negociadas na Tokio Stock Exchange, também aplica (ou aplicavam) em fundos norte americanos.

Esses três gráficos dão uma dimensão real de como o mundo está respondendo a atual instabilidade econômica americana. Além disso, os balanços contábeis apresentados trimestralmente pelos grandes bancos também mostram como os EUA estão sobrevivendo à crise de crédito. Que novas medidas adotadas por um presidente em fim de mandato poderão conter o agravamento dessa crise? Há quem diga que a crise já abriu um rombo de 500 bilhões de dólares na economia norte americana. Guardada a escala, algo muito parecido está acontecendo no Brasil. Crescimento econômico motivado por linhas de crédito fáceis e sem critério não se sustenta em nenhum lugar do mundo. Por isso estou feliz da vida que o Copom começou a aumentar a taxa de juros novamente por aqui.

NYSE:PRB.AAqui no Brasil, o principal índice que usamos é o Ibovespa e foi criado pela Bovespa para medir o desempenho das ações das 50 maiores empresas brasileiras. Como ainda somos um país exportador de matéria-prima, qualquer instabilidade no maior consumidor do planeta afeta diretamente as cotações de nossas empresas. Esse reflexo é registrado no Ibovespa que costuma, salvo raras exceções, "andar colado" ao Dow Jones. "Se lá está bem, aqui está bem." Simples assim.

Já a Petrobras, PETR3 ON e PETR4 PN, maior empresa brasileira e estatal é uma das ações mais negociadas na Bovespa. Elas também são negociadas na NYSE (New York Stock Exchange). Por serem papéis de outro país elas são negociadas como ADRs (American Depository Receipt). Acompanhar as cotações de lá é fundamental para ver como nossa bolsa, que é "colada" na deles, irá reagir ao preço das ADRs. Há quem defenda que o preço das ADRs não influencia as cotações por aqui, mas uma rápida observação no comportamento dos preços nos últimos meses mostra que isso não é verdade. Assim, outros dois gráficos que incluí na barra lateral são NYSE:PBR e NYSE:PRB.A, ordinárias e preferenciais respectivamente.

Por último, incluí o Crude Oil, que nada mais é do que o preço do barril de petróleo cru, negociado no mercado futuro, como uma commodity. Esse índice é internacional e interfere nas economias de todos os países do mundo, não poupando os países industrializados e castigando ainda mais os países em desenvolvimento que costumam, como medida populista, subsidiar os preços do combustível. Brasil e EUA são exemplos dessa política que, em última instância, acaba prejudicando a rentabilidade das suas refinarias, fazendo seus lucros caírem e com isso, o preço de suas ações. Uma curiosidade desse índice é que ele pode refletir positiva e negativamente no preço da ação da Petrobras. Se ele sobe "um pouco", demonstra que a demanda está aquecida e com isso o preço da ação sobe. Agora, se ele sobe demais, como está ocorrendo atualmente (mais de 100% em 12 meses), indica especulação de preços, alta artificial provocada por uma série de razões que vão desde uma possível guerra entre o Irã e Israel até uma crise na Nigéria, passando pelo furacão Dolly que está neste instante sobre o golfo do México ameaçando as plataformas por lá. Há quem diga que nesses meses ocorreu o que os especialistas chamam de "perfect storm", ou seja uma combinação de vários fatores que, se isoladamente já fazem estragos, quando combinados, criam uma crise sem precedentes. Crise de crédito nos EUA, conflito com Irã, guerra civil na Nigéria, furacão no Golfo do México, inflação mundial de alimentos, tudo junto e ao mesmo tempo, fez com que o crude oil subisse 100%. Quando o aumento é dessa magnitude, os preços da Petrobras caem, pois indicam desaquecimento econômico.

Crude OilPara finalizar, precisamos ainda considerar a manipulação de mercado, que ocorre quando grandes bancos de investimentos norte americanos, como o Citigroup, Morgan Stanley, Merryl Linch, europeus como o Credit Suisse e UBS e mesmo brasileiros como o Itaú e o Bradesco resolvem comprar ou vender quantidades absurdas de ações com o objetivo de fazer seu preço subir ou cair, dependendo de sua estratégia, que, quase nunca, tem a ver com a saúde financeira da empresa. Para se ter uma idéia, diariamente esses bancos movimentam algo em torno de 5 bilhões de reais na Bolsa de Valores. Para este caso, não existe, infelizmente, um gráfico que registre a manipulação. Mesmo porque, para operar essa quantidade de dinheiro, os bancos pulverizam suas ordens de compra e venda entre várias corretoras, justamente com o intuito de mascarar sua estratégia. Se não fosse dessa forma esses grandes movimentos especulátorios seriam considerados crimes no mercado financeiro e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) puniria prontamente esses players. Aliás, o estudo do comportamento do mercado e dos seus players é fascinante. No caso dos grandes operadores, observamos movimentos surpreendentes de milhões de dólares. Da mesma forma, observar os pequenos investidores é pura psicologia aplicada.

Ah, depois de tudo isso, não podemos esquecer da saúde financeira da empresa, afinal, se a empresa é rentável, trará lucro aos acionistas. Essa deveria ser a primeira característica a ser levada em conta, mas na verdade acaba sendo a última. Então precisamos ficar de olho nos resultados trimestrais das empresas de que somos acionistas.

Espero com essa breve introdução, que o assunto chame a atenção de pessoas interessadas em trocar idéias sobre o mercado e ao mesmo tempo se beneficiar das informações agrupadas no blog.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Guerra Fria - Versão XXI

Mísseis de médio alcance iranianos em foto de 11/2006. Fonte: ?No meu imaginário esta é a imagem de uma guerra nuclear. Vários mísseis sendo lançados ao mesmo tempo em diferentes partes do mundo! Aterrorizante, não?

Pois esse foi o teste com mísseis feito pelo Irã no dia 10 de julho. Obviamente uma resposta às acusações norte-americanas. Para piorar, ficamos sabendo que uma das fotos foi alterada digitalmente, possivelmente para encobrir um dos mísseis que teria falhado no lançamento.

De acordo com o Estadão: "Uma das imagens dos testes de mísseis do Irã realizados na quarta-feira, 9, distribuída pela agência France Presse foi alterada, segundo aponta o blog do jornal americano The New York Times. A fotografia que apresenta quatro mísseis lançados no deserto do Golfo Pérsico teve um dos projéteis incluídos digitalmente."

Veja abaixo a montagem e a foto original


A montagem da foto iraniana


A foto verdadeira com o míssil que falhou

Embora seja um evidente exemplo de manipulação de informações na nova guerra fria que vivemos, é importante destacar que, um míssil a mais ou a menos na foto, não diminui de forma alguma a real ameaça de retaliação a um suposto ataque israelense.


Míssil Shahab-3 é ameaça real para Israel

Além dos mísseis de meio alcance Fateh (conquistador) e Zelzal (terremoto), mostrados nas fotos acima, os iranianos vêm testando desde 2006, o míssil Shahab-3 que tem um alcance de 2 mil quilómetros e pode levar até uma tonelada de explosivos, ou ogivas nucleares, ou ainda armas químicas de destruição em massa. Para quem gosta de detalhes sórdidos, também de acordo com o Estadão: "O Irã mantém em desenvolvimento os modelos Shahab- 4 e Shahab-5, em fase experimental. O primeiro cobriria até 3,5 mil quilômetros. O segundo, ainda um protótipo, terá alcance intercontinental, para chegar a alguns pontos dos Estados Unidos e da Europa. O analista John Miller, do Foreing Political Center, de Washington, acredita que esse míssil "será uma ameaça consistente a partir de 2013". O receio das potências ocidentais e de Israel é que o arsenal estratégico em formação venha a ser equipado com explosivos nucleares ou cargas químicas de alto poder letal." Aliás, o artigo todo dá uma dimensão bem objetiva dos números envolvidos num possível conflito.

Mais uma chatice na peculiar dinâmica dos habitantes desse planeta diante de sua evolução. Impressionante!

Who Is Playing Games?

Condoleezza Rice and Ahmadinejad playing games

Outro cartoon que, embora seja de maio de 2006, é incrivelmente atual e demonstra o esforço que a Doutrina Bush vem fazendo há anos para provocar um conflito que ninguém quer. Diz respeito ao comentário feito pela secretária de Estado Condoleezza Rice sobre o convite feito pelas autoridades iranianas para que a comunidade internacional inspecionasse suas instalações nucleares. Ela rejeita o convite, dizendo que os iranianos estão "jogando" com a diplomacia internacional.

O cartunista comenta: "De fato, os iranianos estão jogando, mas um jogo que os americanos começaram." E completa: "O jogo consiste em estabelecer a base para uma guerra através do Conselho de Segurança da ONU, que é simpático às ditaduras e hostil aos EUA." No lado americano do tabuleiro - cenário dessa crise - está escrito "saber-rattling" que significa, grosso modo, preparação para a guerra, a que os iranianos respondem com um "claptrap" que é um argumento non-sense dito com o objetivo de ganhar simpatia. Pois é, mais um exemplo do uso coordenado da propaganda como instrumento de manipulação da opinião pública para apoiar uma guerra que serve a quem mesmo?

Via Cox & Forkum

MicroscopyU - Molecular Expressions

As imagens que aparecem abaixo participaram do Small World Contest que a Nikon promove anualmente em seu site MicroscopyU - Molecular Expressions para divulgar a microscopia óptica e as microfotografias. O concurso existe a 28 anos e as 20 melhores fotos de cada concurso estão listadas lá. São utilizadas técnicas como fluorescência, polarized light, digital interference contrast (DIC), phase contrast, reflected light e outras mais bizarras para registrar desde reações químicas, como as mostradas abaixo, até células e microorganismos em seu habitat.

São imagens utilizadas em pesquisas científicas e industriais mas que, em função de sua estrutura, cor, composição e conteúdo são objeto de beleza e possibilitam vários níveis de compreensão e apreciação. Para os aficionados, o site disponibiliza vários screen-savers e também vende calendários com as imagens por US$12 cada.

Sodium vanadate crystal (40x) Differential Interference Contrast

Na busca por mais informação encontrei outro site, desta vez da Olympus, chamado Olympus Microscopy Resource Center, que trabalha junto com os cientistas da Molecular Expressions e da Nikon. Também tem fotos muito interessantes sobre objetos do nosso cotidiano.

Crystallized caustic soda (cleaning agent), Glauber's salt (multi-purpose chemical), and D76 (a photochemical) (40x) - Polarized light

Curioso notar a semelhança entre essas imagens e a fértil imaginação de artistas abstratos. Teriam eles a capacidade de ver a realidade através de alguma luz polarizada ou sua visão do mundo é microscópica mesmo ? Sorriso

Succinic acid and urea (40x) - Polarized light

De qualquer forma essa mudança de parâmetro na avaliação da nossa realidade é sempre saudável. Lembra-nos que nossa percepção do cotidiano é apenas uma dentre tantas possibilidades de realidade disponíveis. Com os efeitos das fotografias esse exercício fica mais fascinante ainda.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

BMW Gina - Um carro de... tecido


Quem disse que a carroceria de um carro deve ser feita de metal?

Pensando nisso e nos possíveis benefícios que essa drástica mudança na fabricação de carros pode trazer para a indústria automobilística, a BMW apresentou em junho/2008 seu novo carro conceito. O GINA (Geometry and Functions In ‘N’ Adaptions - se é que isso explica alguma coisa) é completamente revestido de um tecido extremamente resistente e ainda assim, flexível o suficiente para se adaptar as várias formas que o carro pode adotar, dependendo do uso. Assim, faróis, capô, aerofólio, paralamas, encostos de cabeça e outras partes do carro que podem ser otimizadas para maior conforto, estabilidade e dirigibilidade se adaptam ao toque de um botão. Além disso, o carro fica mais leve, mais econômico e mais veloz . Na Car Body Design podemos ver uma série de fotos sobre o desenvolvimento do design e do processo de construção do protótipo.

bmw gina concept 2009 widescreen car pics

Uma daquelas idéias transgressoras que causam uma reviravolta no conceito de um produto. Isso que é criatividade.

Fico imaginando o frisson que vai causar nos estilistas de moda. Os modelos femininos poderão vir com um drapeado. Os lançamentos serão definidos por estação e não por ano: Gina Modelo Primavera/Verão 09. Os executivos poderão escolher padronagens que combinem com seus ternos ou com o logotipo da empresa. O 007 poderá camuflar seu carro um milhão de vezes. As lavanderias criarão um novo nicho de mercado. A indústria química vai inventar novos tira-manchas. As fábricas de cera vão falir, bem como os "Martelinhos de Ouro", que darão lugar às "Agulhas de Ouro" e os cigarros serão definitivamente banidos do carro. Os benefícios são evidentes.

Outra novidade é que a BMW tem agora um site específico para divulgar seus vídeos. A BMW Web-TV tem um acervo muito interessante sobre a empresa, suas fábricas, seu museu, making of dos anúncios de seus carros e os trabalhos finais.

Confira abaixo uma das apresentações do BMW GINA. Observe como ele abre o capô!

John Cox Art

John Cox é o desenhista dos cartoons do Cox & Forkum que já utilizei por aqui para ilustrar posts sobre o conflito no oriente médio. Infelizmente o site encerrou sua atividade. Para quem quiser ter acesso rápido a grande quantidade de cartoons de primeira criados pela dupla é só fazer uma busca no Google Imagens em "Cox & Forkum". Quem quiser conhecer melhor o contexto em que cada cartoon foi criado vale uma pesquisa nas páginas do site da dupla.

A sorte é que o artista continua ativo com sua página própria onde revela que sua criatividade vai além do mundo dos cartoons. O cara é eclético. Mas como gosto mesmo é de um bom cartoon o que chamou a atenção foi uma parte do seu site chamado Quiptoons Archives onde ele ilustra frases famosas com desenhos inspirados. Gostei. Eventualmente colocarei exemplos do trabalho dele. Para ler uma tradução livre das frases coloque o mouse sobre o desenho. Qual seria a tradução livre de "tradução livre"? Personal meaning?

Minha experiência me diz que pessoas que não tem vícios tem muito poucas virtudes. Abraham Lincoln

Não é que eu esteja preocupado com a morte. Eu só não quero estar aqui quando isso acontecer. Woody Allen

Fonte John Cox Art

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Político É Tudo Ladrão!

Angeli- PolíticosO artigo que transcrevo abaixo foi publicado no final de 2005 pelo psicanalista Contardo Calligaris e trata de um assunto sempre presente na cena política brasileira e ainda mais comentado em época de eleições: a corrupção.

Assunto difícil de comentar quando desejamos ir além do senso-comum, da generalização e da simplificação, para compreender a conduta do político brasileiro. Mais difícil ainda de comentar na semana em que um grande banqueiro, um prefeito paulista e um mega investidor da bolsa vão parar na cadeia - mesmo que seja por pouco tempo.

Deixando de lado, para o propósito deste post, a questão ética que envolve a prática desses crimes, existe uma particularidade que sempre me incomodou muito sobre o tema.

A facilidade que a população, induzida pela mídia-espetáculo, tem em julgar, condenar e generalizar denúncias sobre os supostos crimes de corrupção, quase sempre noticiados antes mesmo que qualquer providência jurídica seja tomada.

No universo do pré-julgamento as esferas públicas têm seu lugar previamente definido. O executivo lidera a preferência como o mais corrupto (quase sempre na figura do presidente, "seja ele quem for"), seguido pelo legislativo (sempre "conivente e cúmplice" das ações do primeiro) e por último, o judiciário (que, em sua decisão suprema, daria o respaldo legal para essas ações).

Essa maneira peculiar e superficial de analisar a política é responsável por pérolas do senso-comum como a famosa "Político é tudo ladrão", ou então "O poder corrompe o homem", ou pior "Hay gobierno? Soy contra" e outras que, por desinteresse, insisto em esquecer. Se alguém, convicto de sua capacidade em promover mudanças, se propõe a participar do processo político é logo anestesiado por outra pérola: "Desista, uma andorinha só não faz verão". Caso eleito, se demonstra eficiência através da execução de obras, invariavelmente cai na famosa: "Esse rouba, mas faz".

Várias coisas incomodam nessas afirmações. A primeira é que a crítica, em última instância retorna à própria população, uma vez que os eleitos estão no governo por indicação popular. Voto direto. Uma prerrogativa da democracia que o brasileiro insiste em vincular a um improvável paternalismo do governo e ao benefício pessoal acima do bem-comum, seja na cadeira de rodas seja para pedir um emprego. Curioso. O brasileiro coloca os políticos na mesma categoria da mãe do juiz de futebol, mas na hora da eleição exerce sua cidadania como se estivesse escolhendo o artista da novela das oito. O que, às vezes, chega a ocorrer de fato.

Em segundo lugar, se a crítica estivesse correta, teríamos retrocesso e não progresso. Se político fosse “tudo ladrão”, hoje estaríamos vivendo numa guerra civil e não em um país cujo Estado Democrático de Direito jamais foi tão respeitado. Instituições como o Ministério Público, a Polícia Federal e a Receita Federal estão aí para fazer valer as determinações legais decididas pelos nobres políticos escolhidos por nós mesmos.

Terceiro, toda generalização é burra (inclusive esta). Nem todo político é ladrão. Entre os oportunistas, os exibicionistas e os que desejam o poder pelo poder, sempre haverá aqueles que levantarão as suspeitas, que vetarão emendas e que esvaziarão as sessões da câmara para impedir que determinado assunto seja aprovado à revelia do bem-comum. Para esse caso temos outra pérola do imaginário popular: “Todo homem tem seu preço”. Talvez. Talvez seja uma questão de tempo para que o indivíduo se corrompa. Talvez a orientação político-partidária assumida por ele o obrigue a fazer escolhas que vão contra suas convicções, porque a corrupção também pode ser ideológica. Mas, caso as hipóteses acima se confirmem, apenas servirão como prova de que era uma questão de tempo para aquele político assumisse sua verdadeira face. Ele jamais fez parte do grupo dos políticos que não são ladrões.

Quarto é a crítica vazia, que não aponta solução e limita a qualidade intelectual do assunto a uma conversa de botequim. Como argumentar com alguém que acredita que “político é tudo ladrão”?

Angeli - Curto e GrossoQuinto, a passividade com que o indivíduo contempla o pessimismo de sua crença. Alguém que realmente acredita nisso deve viver em um mundo de raiva, impotência e angústia insuportáveis.

Sexto, o desinteresse em observar que em outras sociedades, onde a democracia está mais amadurecida, a corrupção é exemplarmente punida. Ela continua existindo, mas quando é descoberta é severamente punida. Como foi que esses países alcançaram esse amadurecimento democrático? Com certeza não foi acreditando que “político é tudo ladrão”.

Por último, esse derrotismo na maneira de se ver no mundo, que só pode ser fruto de uma imensa baixa auto-estima. É o famoso “Não posso fazer nada” afinal sou apenas “uma andorinha só que não faz verão”, mas “Deus há de castigá-los”. Assim o processo se prolonga indefinidamente gerando mais corrupção, pobreza e atraso social.

Por um instante cheguei a pensar que essa crítica generalizada fosse fruto de um paradoxo. Como grande parte da população depende diretamente do populismo do governo para sobreviver e essa dependência gera uma vida de subsistência miserável, limitam-se a criticá-lo, embora sem abrir mão dos benefícios que essa relação de dependência garante. Mas esse raciocínio é superficial demais e carece de uma compreensão mais profunda do papel do estado na sociedade moderna.

Então me deparei com esse artigo em que o autor sugere que a origem desse comportamento é muito mais individual do que coletiva e ainda propõe um caminho a ser seguido para que se possa amadurecer como indivíduo e assim transformar-se efetivamente em cidadão. Boa leitura.


A ARMADILHA DA CORRUPÇÃO

Contardo Calligaris - 03/11/2005




No fim de semana passado, estive no encontro do Instituto DNA Brasil, em Campos do Jordão. O evento reunia pessoas representativas de várias áreas, para que, durante três dias, debatessem sobre os meios para tornar o país "justo e habitável com dignidade".

Um dia inteiro foi dedicado ao tema da corrupção. A imprensa já relatou as sugestões às quais a gente chegou, consensualmente ou quase: desde o financiamento público das campanhas até o voto distrital misto ou a possibilidade de revogar os mandatos antes do seu fim.

No sábado, bem na hora em que começava a discussão sobre a corrupção, chegou a revista Veja, com a reportagem de capa sobre o suposto financiamento cubano na campanha do PT de 2002.

A pior conseqüência desta série interminável de denúncias e apurações é a aparente "confirmação" de um lugar-comum desastroso: "Eles são todos corruptos" ("eles" são, no caso, os políticos).

Não me importa agora decidir se "eles" são mesmo todos corruptos. Tampouco penso que a imprensa tenha de esconder o que ela descobre só para não "comprovar" que "eles são todos corruptos". Mas o fato é que esse lugar-comum é uma armadilha para nossa capacidade de agir como cidadãos.

Aparte: a reunião do DNA não caiu na armadilha da indignação diante da corrupção generalizada, e esse não foi o menor de seus méritos. Mas a exceção não derruba a regra que vou expor.

Qual é o efeito em nós do "eles são todos corruptos"?

Várias vezes, nos últimos meses, fui entrevistado sobre o estado de espírito dos brasileiros nas circunstâncias atuais. A pergunta, quase sempre, sugeria a resposta esperada: "Quais são os efeitos em seus pacientes da decepção e da depressão nacionais?". Em geral, respondi, preguiçosamente, que, de fato, os acontecimentos são tristes e deprimentes.

Mas essa resposta óbvia (para a qual não seria preciso um especialista) é falsa.

Em regra, o narcisismo da gente funciona assim: quanto maior a imperfeição do mundo, quanto maior a decepção que nos é imposta pela conduta dos outros, tanto maior é nossa exaltação narcisista. No caso, atrás das queixas, a constatação de que nossos representantes e governantes seriam todos corruptos está longe de ser depressiva.

É lógico: acreditar que os outros sejam todos deficientes morais é o melhor jeito de afirmar que nós, ao contrário e em comparação, somos gigantes da moralidade.

Contemplar o mundo como um vasto teatro de defeitos equivale a erigir um monumento à nossa suposta integridade, graças ao seguinte raciocínio implícito (capenga, mas gratificante): se podemos constatar que todos os outros são corruptos, é porque somos os ÚNICOS limpos. De repente, confirmar nossa grandiosa unicidade se torna nossa ocupação principal. Com isso, é paralisada nossa capacidade de transformar o mundo.

A psicologia do self (esta foi, ao meu ver, sua maior contribuição à psicanálise) mostrou o seguinte: temos acesso ao mundo e a uma ação minimamente eficaz para transformá-lo quando paramos de contemplar sua imperfeição (celebrando a unicidade de nossa diferença) e enxergamos na realidade algo (diferente de nós) que possamos idealizar.

Por exemplo, se vivo numa cidade em que acho horríveis todas as habitações salvo a minha, dedico-me integralmente a caiar de branco a fachada de minha casa, na qual, aliás, fecho-me como num sepulcro. Mas se reconheço que, na cidade, há outras moradias que são mais bonitas do que a minha, há chances que um dia eu queira sair de pincel e vassoura na mão para pintar de branco as fachadas da cidade inteira e para lavar as calçadas.

O que vale para as casas vale para os outros. Se acho que todos os outros são imperfeitos, considero-me como a única exceção, torno-me meu próprio ideal, ou seja, só idealizo (e amo) a mim mesmo. É a razão pela qual, em geral, um terapeuta se abstém de julgar moralmente seus pacientes: quem julga está quase sempre mais preocupado em comemorar sua própria integridade do que em entender o outro.

Em suma, as denúncias que assolam nosso cotidiano podem dar lugar a uma vontade de transformar o mundo só se nossa indignação não afetar o mundo inteiro. "Eles são TODOS corruptos" é um pensamento que serve apenas para "confirmar" a "integridade" de quem se indigna.

O lugar-comum sobre a corrupção generalizada não é uma armadilha para os corruptos: eles continuam iguais e livres, enquanto, fechados em casa, festejamos nossa esplendorosa retidão.

O dito lugar-comum é uma armadilha que amarra e imobiliza os mesmos que denunciam a imperfeição do mundo inteiro.

Nota: alguns conseguem contemplar e lamentar a imperfeição do mundo sem se gabar de sua própria perfeição. O melhor exemplo (e o mais raro) são os santos. A santidade não consiste só em reconhecer suas próprias falhas ou em perdoar as falhas dos outros. O santo, além disso, enxerga a imperfeição do mundo, mas continua encontrando razões para amá-lo, ou seja, continua encontrando seus ideais lá fora, na banalidade imperfeita dos outros.

Fonte Folha SP

Deus ex machina

"Imagine a world in which generations of human beings come to believe that certain films were made by God or that specific software was coded by him. Imagine a future in which millions of our descendants murder each other over rival interpretations of Star Wars or Windows 98. Could anything -- anything -- be more ridiculous? And yet, this would be no more ridiculous than the world we are living in." Sam Harris, (1967- )

"Imagine um mundo no qual os seres humanos acreditassem que certos filmes tivessem sido feitos por Deus ou que um software específico tivesse sido escrito por ele. Imagine um futuro em que milhões de descendentes se matassem em função das diferentes interpretações dadas à saga "Guerra nas Estrelas" ou então ao "Windows 98". Poderia haver algo mais ridículo? Ainda assim, isso não seria mais ridículo que o mundo no qual vivemos atualmente."

Estava repassando meus e-mails do dia, quando li a "Quote of the Day" que recebo junto com a Wordsmith Newsletter. Achei a analogia apresentada tão espirituosa (trocadilho) que não pude deixar de registrar aqui no blog.

Fui atrás da biografia de Sam Harris. Ele é formado em Filosofia pela Stanford University, e estudou as tradições religiosas orientais e ocidentais, bem como uma variedade de disciplinas de contemplação por vinte anos. Também está completando um doutorado em neurociência. Em 2005 lançou o "The End Of Faith - Religion, Terror and the Future of Reason" (O Fim Da Fé - Religião, Terror e o futuro da Razão), do qual extraí outra analogia igualmente interessante. Não li o livro, mas parece ser uma boa idéia.

The End of Faith "It may sound paradoxical but it’s not. I’m advocating a kind of conversational intolerance. It’s really the same intolerance we express everywhere in our society when someone claims that Elvis is still alive, or that aliens are abducting ranchers and molesting them. These are beliefs that many people have. But these beliefs systematically exclude them from holding positions of responsibility. The person who’s sure that Elvis is still alive and expresses this belief candidly does not wind up in the Oval Office or in our nation’s boardrooms. And that’s a very good thing. But when the conversation changes to Jesus being born of a virgin or Mohammed flying to heaven on a winged horse, then these beliefs not only do not exclude you from holding power in society; you could not possibly hold power, in a political sense, without endorsing this kind of thinking.

It should be terrifying to us because many of these beliefs are not just quaint and curious, like beliefs in Elvis. These are beliefs about the end of history, about the utility of trying to create a sustainable civilization for ourselves — specifically, beliefs in eschatology. These are maladaptive. For instance, if a mushroom cloud replaced the city of New York tomorrow morning, something like half the American people would see a silver lining in that cloud because it would presage to them that the end of days are upon us." Não é fácil...


Deus ex machina: Expressão latina que significa literalmente "Deus surgido da máquina". A expressão é uma tradução do grego "apó mechanés theós". Sua origem encontra-se no teatro grego e refere-se a uma inesperada, artificial ou improvável personagem, artefato ou evento introduzido repentinamente em um trabalho de ficção ou drama para resolver uma situação ou desemaranhar uma trama. Este dispositivo é na verdade uma invenção grega. No teatro grego havia muitas peças que terminavam com um deus sendo literalmente baixado por um guindaste até o local da encenação. Esse deus então amarrava todas as pontas soltas da história. Wikipedia