quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Bolsa de Valores - Índices

BOV:IBOVAos poucos vou incrementando o blog com as informações que uso para acompanhar o mercado. O ideal seria concentrar todas as informações em um só lugar, mas isso é impossível. Existem muitos fatores que influenciam o preço de uma ação. No caso dos gráficos, infelizmente os sites os apresentam em páginas separadas. Ficar abrindo e fechando páginas consome tempo e memória da máquina e não posso me dar ao luxo de ver o pc travar por conta de excessos do Internet Explorer (ou Firefox) no meio do pregão. Em tempos de volatilidade, timing é a regra. Por isso, quanto menos páginas abertas, melhor. No caso do Live Spaces encontrei um lugar onde posso unir o útil ao agradável. Publico minhas considerações acerca de tudo e aproveito para transformar o blog em um espaço informativo.

Além dos gráficos, acompanho os fóruns de dois bancos e de duas salas de discussão. Também consulto três sites de notícias (Infomoney, ADVFN e Exame) e o streaming da Bloomberg Brasil pelo Windows Media Player. Sem contar obviamente o Home Broker (em java = mais memória) e o fórum da minha corretora. Por aí dá para entender minha alegria em agrupar pelo menos os gráficos e o noticiário da Bloomberg em uma só página.

Reuni oito informações em uma só página. Dow Jones, DJ Stoxx 50 e Nikkei 225 na borda superior e Ibovespa, NYSE:PRB, NYSE:PRB.A e Crude Oil na borda lateral do blog. Logo abaixo fica o WMP com a transmissão do noticiário da Bloomberg Brazil. Para as ações que opero atualmente esses gráficos são suficientes. Todos eles possuem um delay de 20 minutos, suficientes para acompanhar o andamento dos negócios sem sair da página. Quando quero comprar, vender ou fazer day-trades opero pelo Home Broke (HB), claro.

NYSE:PRBCom a crise atual nos EUA, acabou a folga para quem estava acostumado à relativa estabilidade do mercado. Na verdade, agora em agosto a crise do subprime completa um ano. Desde então, o mar está agitado e esses gráficos são importantes pois relevam como o mundo está respondendo às pressões internacionais.

Por exemplo, o Dow Jones (Dow Jones Industrial Average, NYSE:DJIA) é simplesmente a bolsa mais importante dos EUA, que por sua vez é o maior consumidor de produtos do planeta. Logo, se a sua economia vai mal, o resto do mundo vai mal. O Dow Jones é o índice que mede o desempenho das ações de 30 empresas norte-americanas. O DJ Stoxx 50 (Dow Jones EURO STOXX 50) cobre 50 ações de 12 países da zona do Euro (Áustria, Bélgica, Finlândia, frança, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Espanha) e que, além de possuir um sistema financeiro gigantesco, tem boa parte de suas economias aplicadas em fundos americanos, logo sentem na hora as repercussões da economia de lá. Já o Nikkei 225 é o principal índice asiático (enquanto a China não o ultrapassar) e mede o desempenho das ações de 225 empresas japonesas negociadas na Tokio Stock Exchange, também aplica (ou aplicavam) em fundos norte americanos.

Esses três gráficos dão uma dimensão real de como o mundo está respondendo a atual instabilidade econômica americana. Além disso, os balanços contábeis apresentados trimestralmente pelos grandes bancos também mostram como os EUA estão sobrevivendo à crise de crédito. Que novas medidas adotadas por um presidente em fim de mandato poderão conter o agravamento dessa crise? Há quem diga que a crise já abriu um rombo de 500 bilhões de dólares na economia norte americana. Guardada a escala, algo muito parecido está acontecendo no Brasil. Crescimento econômico motivado por linhas de crédito fáceis e sem critério não se sustenta em nenhum lugar do mundo. Por isso estou feliz da vida que o Copom começou a aumentar a taxa de juros novamente por aqui.

NYSE:PRB.AAqui no Brasil, o principal índice que usamos é o Ibovespa e foi criado pela Bovespa para medir o desempenho das ações das 50 maiores empresas brasileiras. Como ainda somos um país exportador de matéria-prima, qualquer instabilidade no maior consumidor do planeta afeta diretamente as cotações de nossas empresas. Esse reflexo é registrado no Ibovespa que costuma, salvo raras exceções, "andar colado" ao Dow Jones. "Se lá está bem, aqui está bem." Simples assim.

Já a Petrobras, PETR3 ON e PETR4 PN, maior empresa brasileira e estatal é uma das ações mais negociadas na Bovespa. Elas também são negociadas na NYSE (New York Stock Exchange). Por serem papéis de outro país elas são negociadas como ADRs (American Depository Receipt). Acompanhar as cotações de lá é fundamental para ver como nossa bolsa, que é "colada" na deles, irá reagir ao preço das ADRs. Há quem defenda que o preço das ADRs não influencia as cotações por aqui, mas uma rápida observação no comportamento dos preços nos últimos meses mostra que isso não é verdade. Assim, outros dois gráficos que incluí na barra lateral são NYSE:PBR e NYSE:PRB.A, ordinárias e preferenciais respectivamente.

Por último, incluí o Crude Oil, que nada mais é do que o preço do barril de petróleo cru, negociado no mercado futuro, como uma commodity. Esse índice é internacional e interfere nas economias de todos os países do mundo, não poupando os países industrializados e castigando ainda mais os países em desenvolvimento que costumam, como medida populista, subsidiar os preços do combustível. Brasil e EUA são exemplos dessa política que, em última instância, acaba prejudicando a rentabilidade das suas refinarias, fazendo seus lucros caírem e com isso, o preço de suas ações. Uma curiosidade desse índice é que ele pode refletir positiva e negativamente no preço da ação da Petrobras. Se ele sobe "um pouco", demonstra que a demanda está aquecida e com isso o preço da ação sobe. Agora, se ele sobe demais, como está ocorrendo atualmente (mais de 100% em 12 meses), indica especulação de preços, alta artificial provocada por uma série de razões que vão desde uma possível guerra entre o Irã e Israel até uma crise na Nigéria, passando pelo furacão Dolly que está neste instante sobre o golfo do México ameaçando as plataformas por lá. Há quem diga que nesses meses ocorreu o que os especialistas chamam de "perfect storm", ou seja uma combinação de vários fatores que, se isoladamente já fazem estragos, quando combinados, criam uma crise sem precedentes. Crise de crédito nos EUA, conflito com Irã, guerra civil na Nigéria, furacão no Golfo do México, inflação mundial de alimentos, tudo junto e ao mesmo tempo, fez com que o crude oil subisse 100%. Quando o aumento é dessa magnitude, os preços da Petrobras caem, pois indicam desaquecimento econômico.

Crude OilPara finalizar, precisamos ainda considerar a manipulação de mercado, que ocorre quando grandes bancos de investimentos norte americanos, como o Citigroup, Morgan Stanley, Merryl Linch, europeus como o Credit Suisse e UBS e mesmo brasileiros como o Itaú e o Bradesco resolvem comprar ou vender quantidades absurdas de ações com o objetivo de fazer seu preço subir ou cair, dependendo de sua estratégia, que, quase nunca, tem a ver com a saúde financeira da empresa. Para se ter uma idéia, diariamente esses bancos movimentam algo em torno de 5 bilhões de reais na Bolsa de Valores. Para este caso, não existe, infelizmente, um gráfico que registre a manipulação. Mesmo porque, para operar essa quantidade de dinheiro, os bancos pulverizam suas ordens de compra e venda entre várias corretoras, justamente com o intuito de mascarar sua estratégia. Se não fosse dessa forma esses grandes movimentos especulátorios seriam considerados crimes no mercado financeiro e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) puniria prontamente esses players. Aliás, o estudo do comportamento do mercado e dos seus players é fascinante. No caso dos grandes operadores, observamos movimentos surpreendentes de milhões de dólares. Da mesma forma, observar os pequenos investidores é pura psicologia aplicada.

Ah, depois de tudo isso, não podemos esquecer da saúde financeira da empresa, afinal, se a empresa é rentável, trará lucro aos acionistas. Essa deveria ser a primeira característica a ser levada em conta, mas na verdade acaba sendo a última. Então precisamos ficar de olho nos resultados trimestrais das empresas de que somos acionistas.

Espero com essa breve introdução, que o assunto chame a atenção de pessoas interessadas em trocar idéias sobre o mercado e ao mesmo tempo se beneficiar das informações agrupadas no blog.

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